ESPAÇO DE CULTURA

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quinta-feira, 2 de abril de 2020

MUSICISTA E POETA
CLAUDIA MÁRCIA RIBEIRO



 CANTIGA DO IDOSO

Ui, ai...
dói aqui, dói acolá,
nem um passo posso dar...

Este refrão ressoa
todas as manhãs,
do meu íntimo
a realidade revelando...

Ui, ai...
dói aqui, dói acolá,
nem um passo posso dar...

As engrenagens ficam emperradas;
o motor engasga e só pega no tranco;
a lataria se ressente do longo tempo de uso...

Ui, ai...
dói aqui, dói acolá,
nem um passo posso dar...

Sapato velho, da meia sola....
carro usado, perde o valor...
mulher velha, senta na pracinha
e assiste o resto da vida passar...

Ui, ai... dói
aqui, dói acolá
nem um passo posso dar...
 
Era para ser engraçado,
se não fosse triste...
era para ser instigante
se não fosse deprimente...

Ui, ai...
dói aqui, dói acolá
nem um passo posso dar... 

(Claudia Márcia Ribeiro)

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