ESPAÇO DE CULTURA

ESPAÇO DE CULTURA

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

AGRADECEMOS AO ROTARY CLUBE DE NITERÓI PRAIAS OCEÂNICAS,
NA PESSOA DE SUA PRESIDENTE WANDA PEREIRA DE SOUZA,
O PATROCÍNIO DE TROFÉUS E MEDALHAS PARA O 
"I  FESTIVAL DE POESIAS E CONTOS DO CLARON"


 
 TROFÉU LUIS ANTONIO PIMENTEL


 
AS POETISAS PREMIADAS NO FESTIVAL,
AO CENTRO,MARINEY KLECZ
A CADA DIA IREMOS POSTAR UMA POESIA 
DESDE O 10º LUGAR ATÉ O PRIMEIRO
 
 
INSONE  (1º lugar)
 
Fui deitar levando seu choro,
em coro,levei sua agonia.
Sem sono derramei a tristeza
nos versos de uma poesia.
Lembrei-me do tempo vivido
tão lindo que não dá p'ra esquecer.
O nascer de uma amizade,
verdade...amiga...você.
Talvez estivesse escrito
o encontro de duas irmãs.
Farão falta aquelas conversas
tão simples de nossas manhãs.
A vida divide a existência
em ciclos,em pequenos pedaços.
Para se entender o por quê
do encontro dos nossos passos.
E,sem explicar,esta vida
nos fecha a porta que abriu
e somem as pessoas queridas
deixando lembranças do que existiu.
Nos meus versos encontro amparo
e paro,para não lembrar.
na verdade,as rimas que faço
embaçam meus olhos
que querem chorar. 
E chorosa,aceito os traços
que esta vida teimosa
insiste em rabiscar.
 
(Lenir Moura)
 
Lenir Moura recebe,certificado e troféu,das mãos da Senhora Zuleica,
viúva do escritor Luis Antonio Pimentel,o homenageado deste festival.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

A CADA DIA IREMOS POSTAR UMA POESIA 
DESDE O 10º LUGAR ATÉ O PRIMEIRO


REFLEXÕES SOBRE O AMANHÃ (2º Lugar)

Que venham as rugas...marco do tempo
                                               decorrente!
Que venham as cãs...marco do tempo
                                              concedente!
Que venham...sorrateiramente...
                                   convincentemente! 
Não quero carne velha,nem jeito azedo...
nem robe de chita estampado,rasgado,
                         surrado ou reformado... 
Cubram-me com seda...diáfana...
               salpicada de luz...sossegada! 
Penteiem meus parcos fios com dentes não violados...
e que minha pele,papel de seda amassado...
seja ungida com óleo perfumado...
tratada,resistirá às feridas fungicidas...
e que minhas mãos de ceratose,numa metamorfose...às sabidas...
reflexo dos sóis da juventude,acarinhadas...
Nada de piedade ou pieguice...
Deixem-me cuidar da minha horta,
não como folha de natureza morta...
Preciso interagir com os cheiros e sabores...
porta flores furta-cores...
Quando cantar o canto solitário,no meu aniversário,
lembrem-se que já não me prendo a calendário!
Tornou-se desnecessário...igualitário...imaginário... 
O que me importa,neste momento,é o caminhar lento...
Sem tormento...
É abrir a janela,sentir o sol,a brisa na face...
Desprendimento!
Perceber fragmento de luz que reluz nos meus olhos pequenos...
Apertados...quase cerrados...
e,quem sabe,por impulso ou por vontade,sem repulsa,
saia ,do meu hálito de alcaçuz ,acordes em dó maior...
Como obra de Miró...
Nada de escárnio,de sórdido ou à toa...
Quem sabe...Talvez...
Um poema de Pessoa!

( Ângela Cristina Ferreira de Siqueira) 

 Ângela Cristina de Siqueira recebendo certificado e medalha das mãos de Mariney Klecz

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A CADA DIA IREMOS POSTAR UMA POESIA 
DESDE O 10º LUGAR ATÉ O PRIMEIRO


SOZINHA DE VOCÊ (3º lugar) 

Eu não sabia de solidão.
A casa onde nasci...Grávida de gente e carinhos.
A alegria da infância,os dias sem muitos planos.
À noite,o sono inocente,a boneca na mão.
O que fazer amanhã?
Ora,brincar!...

Eu não sabia de solidão.
A inquietação primaveril da adolescência,
os olhares matreiros,o rubor no rosto
ao leve toque de mãos...Aos pulos,o coração!
O que fazer amanhã?
Ora,sonhar!...

Eu não sabia de solidão.
O amor chegando...Crescendo no peito,
florindo na alma e a vida enfeitando,
brotando nos poros,trazendo paixão.
O que fazer amanhã?
Ora,amar!...

Eu não sabia de solidão.
A vida,com você,compartilhando,
os nossos meninos chegando,
o lar,a escola,tarefas em profusão.
O que fazer amanhã?
Ora,trabalhar!...

Eu não sabia de solidão.
Hoje,vazio está nosso ninho...
E é simples dizer o por quê:
os filhos alçaram seus voos,
por eles me sinto feliz...
Mas...sozinha estou...De você!...

(Gracinha Rêgo) 



Gracinha Rêgo recebendo medalha e certificado das mãos do escritor Helson Lemos

domingo, 1 de novembro de 2015

A CADA DIA IREMOS POSTAR UMA POESIA 
DESDE O 10º LUGAR ATÉ O PRIMEIRO
 
 
MUROS DE SILÊNCIO (4º lugar)
 
Esbarro em esquivos muros de silêncio...
Farpas de sons aprisionados
ferem meu sentir ansioso de melodia.
A comunicação se faz ausência
e ruídos mastigados etre dentes
vibram de forma dissonante.
 
Preciso de harmonia das palavras
para tornar inerte a solidão. 
Numa vitrola,um tango bandoneón 
diz da modernidade que me oprime,
agride e me faz esquecer
constelações de estrelas não maduras,
antiga doçura do verbo viver
quando havia tempo de esperar
o tempo madurar a vida
e o acontecer.

Os muros de silêncio guardam medos,
escondem o pavor da opção,
condenam todos os vitoriosos
e dão,aos fracos, absolvição.


Silenciar...
discreto modo de morrer
sem ver a voz
ser grito ou acalanto,
abafar o egoísmo e a vaidade,
tirar o sonho de um sombrio manto.
 
E sigo a me ferir nessa muralha
sangrando a carne,o peito, o coração,
só por querer contar minha verdade,
querer rezar,em paz,minha oração.
 
Ter a coragem
de amar meu semelhante
e perdoar sua indiferença;
de fazer de um inimigo,um amigo
e ser feliz,sem culpas ou pudor,
de derrubar pedras de nome ironia
só para cantar
o meu canto de amor! 

(Marly Prates)
 
 
 Marly Prates recebe medalha e certificado das mãos de Neide Barros Rêgo