ESPAÇO DE CULTURA

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quarta-feira, 8 de abril de 2020

 POETA E DECLAMADORA 
GRACINHA REGO



SOZINHA DE VOCÊ

Eu não sabia de solidão.
A casa onde nasci... Grávida de gente e de carinhos.
A alegria da infância, os dias sem muitos planos.
À noite, o sono inocente, a boneca na mão.
O que fazer amanhã?
Ora, brincar!...

Eu não sabia de solidão.
A inquietação primaveril da adolescência,
os olhares matreiros, o rubor no rosto
ao leve toque de mãos... Aos pulos o coração!
O que fazer amanhã?
Ora, sonhar!

Eu não sabia de solidão.
O amor chegando... Crescendo no peito,
florindo na alma e a vida enfeitando,
 brotando nos poros, trazendo a paixão.
O que fazer amanhã?
Ora, amar!...

Eu não sabia de solidão.
A vida com você compartilhando,
os nossos meninos chegando,
o lar, a escola, tarefas em profusão.
O que fazer amanhã?
Ora, trabalhar!...

Eu não sabia de solidão.
Hoje vazio está nosso ninho...
e é simples dizer o porquê:
os filhos alçaram seus voos,
por eles me sinto feliz...
mas sozinha estou... De você!

(Gracinha Rego)


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