POETA E DECLAMADORA
GRACINHA REGO
SOZINHA DE VOCÊ
Eu não sabia de solidão.
A casa onde nasci... Grávida de gente e de carinhos.
A alegria da infância, os dias sem muitos planos.
À noite, o sono inocente, a boneca na mão.
O que fazer amanhã?
Ora, brincar!...
Eu não sabia de solidão.
A inquietação primaveril da adolescência,
os olhares matreiros, o rubor no rosto
ao leve toque de mãos... Aos pulos o coração!
O que fazer amanhã?
Ora, sonhar!
Eu não sabia de solidão.
O amor chegando... Crescendo no peito,
florindo na alma e a vida enfeitando,
brotando nos poros, trazendo a paixão.
O que fazer amanhã?
Ora, amar!...
Eu não sabia de solidão.
A vida com você compartilhando,
os nossos meninos chegando,
o lar, a escola, tarefas em profusão.
O que fazer amanhã?
Ora, trabalhar!...
Eu não sabia de solidão.
Hoje vazio está nosso ninho...
e é simples dizer o porquê:
os filhos alçaram seus voos,
por eles me sinto feliz...
mas sozinha estou... De você!
(Gracinha Rego)
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