ESPAÇO DE CULTURA

ESPAÇO DE CULTURA

domingo, 22 de novembro de 2020


 

 VI  FESTIVAL DE POESIAS E CONTOS DO CLARON"

5º LUGAR  -  CATEGORIA POESIA

 

DEPRESSÃO

 

Depressão é a doença da alma

que,no mundo,vive o trauma

de viver aprisionada

a um corpo cheio de dor. 

De tristezas,de lamentos

depressão é sofrimento

que vai corroendo o ser.

Depressão é abismo profundo

e a alma vivencia segundos

não querendo mais viver.

Depressão é corpo inerte,

é mente vazia,coração inquieto

onde,mesmo diante de um decreto,

recusa-se a levantar.

Depressão é angústia,é loucura,

onde muitos veem frescura

sem saber o tamanho do mal.

Depressão, escuridão que aumenta

e sua alma atormenta

em uma fúria animal.

E o ser,cansado de lutar,

resolve se entregar.

Já não importa o amanhã.

E,somente vai escutar,

se alguém em sua mente entrar,

e se a luz acender novamente.

Pois, depressão é solidão

que escurece sua alma

mesmo cercada de gente.

( Claudio Galindo)



sábado, 21 de novembro de 2020

"VI  FESTIVAL DE POESIAS E CONTOS DO CLARON"

5º LUGAR  -  CATEGORIA POESIA

 

LIVRE POESIA 

 

A poesia é livre.

Não está presa ao papel,

não está presa a um poema,

nem ao famoso Cordel.

 

Solta na cabeça,

nas vozes e nas mãos,

transita em todo o corpo

explode no coração.

 

Muitas cores ou uma só.

Uma linha ou mil,de uma vez.

Cada qual,à sua maneira,

pode ousar da "in-sensatez".

 

Se quiser fotografar:pinte.

Se quiser interpretar:dance.

Se quiser grafitar: escreva.

Declame,filme,cante.


Vem de dentro e expressa emoção.

Te faz um ser inteiro.

Por toda poesia,paixão.

Por toda arte,respeito!

(Danielli Cristina Machado Lidugério)

 

 

 

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

"VI  FESTIVAL DE POESIAS E CONTOS DO CLARON"

5º LUGAR  -  CATEGORIA POESIA

 

 GENTILEZAS DE PRIMAVERA

 

O bem-te-vi acorda mais cedo.

Um burburinho,em expansão,desperta o jardim.

Frenéticas borboletas libertam-se do casulo. 

Botões em jasmineiros perturbam-se com a claridade:

exalam sensualidade!

Formigueiros estufam-se sobre a grama 

de onde partem carregadeiras perfiladas.

As juritis vermelhas divertem-se escandalosas

(aves fogosas).

O colibri,deslumbrado e ofegante,

frente à azaleia,

agita suas asas.

É setembro.

A natureza transborda,

excede-se em refinamentos e gentilezas

que,em dezembro,

desembarcarão noutra estação.

Embarco,apressada,neste festim

na tentativa de recuperar primaveras

(sobrevivem quimeras na vida de um poeta).


(Rosângela de S. Goldoni)


 

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

 "VI  FESTIVAL DE POESIAS E CONTOS DO CLARON"

6º LUGAR  -  CATEGORIA POESIA

 

SE EU NÃO ACORDAR AMANHà

 

Se eu não acordar amanhã

é porque tudo mudou.

Mas,não fiquem tristes.

Estarei bem,segura e feliz.

 

Se eu não acordar amanhã

é porque chegou a hora

de eu ver ,ao romper da aurora,

que o mundo não é mais meu.

 

Se eu não acordar amanhã

os verei de longe,bem longe,

mas jamais os esqueverei.

O que não acontecerá comigo.

 

Se eu não acordar amanhã

é porque acabou o perigo

de sofrer,sem entender,

o porquê de tanta dor.

 

Se eu não acordar amanhã

estarei num sono profundo

e não mais neste mundo

que não será mais meu. 

(Ângela Moreira)

 

 COMPLETANDO  32 ANOS,HOJE

 


 

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

 "VI  FESTIVAL DE POESIAS E CONTOS DO CLARON"

6º LUGAR  -  CATEGORIA POESIA

 

SOLIDÃO NO VENTO 

 

Se partires

leve consigo o coqueiro

de cinco anos

 

Rebente nas raízes

pique no ovário 

e cubra com brasas de panos


De lá,se chegares

beba o orvalho do outeiro

e dos canos.

(Daio Marques)


 

 189  ANOS DE NASCIMENTO


 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

 

 98  ANOS DE NASCIMENTO


 

" VI  FESTIVAL DE POESIAS E CONTOS DO CLARON"

7º LUGAR - CATEGORIA POESIA

DESPRENDIMENTO

Quando eu voltar, à terra de onde vim,
não chorem,que estas lágrimas não trazem
o meu olhar ao chão,onde se fazem
as rosas que incendeiam um jardim.

Nem rezem,nesse já morto Latim,
ladainhas que,em nada,satisfazem
as pálidas lembranças em que jazem
os restos do melhor que havia em mim.

Entreguem o meu corpo ao fogo santo
que o limpe do pecado e do quebranto
até que dele sobre, apenas,pó.

E o meu penar, talvez não seja em vão
vendo que o trigo,antes de ser pão,
primeiro,há de passar por qualquer mó.  

(Domingos Freire Cardoso)

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

HÁ DOIS ANOS, O LANÇAMENTO DA ANTOLOGIA
 "A PEDRA QUE CANTA" 
OFERECIDA,PELO CLARON, AOS AUTORES.
UM SONHO REALIZADO!

 



 "VI  FESTIVAL DE POESIAS E CONTOS DO CLARON"

7º LUGAR - CATEGORIA POESIA

O CÂNTICO DA GAVETA

 

Sibilam

ao meio dia.

Sibilam

às dezoito,

sonoros,

os cínicos sinos da Candelária.

Solitários sibilam

como meninos

a piar.

Pintam seus hinos

em mosteiros

e tavernas.

Vinho de palco,

água salgada

e decadência.

Sibilam os meninos,

nos sinos,

os hinos que não serão cantados.

Os meninos não crescerão.

Não tocarão os sinos

anunciando a pubescência

maculada e vil.

Não verão filhos.

Não darão orgulhos.

Uma gaveta será o seu cântico de manifesto

silencioso e esquecido.

O menino que não verá Deus.

Descansará até...

o próximo menino

ocupar a sua gaveta.

(Vitória da Silveira Martins)

 


 

domingo, 15 de novembro de 2020

 105  ANOS DE NASCIMENTO

 


 

 "VI  FESTIVAL DE POESIAS E CONTOS DO CLARON"

8º LUGAR - CATEGORIA POESIA

 

FALANDO DE SAUDADES 

Estou tecendo saudades.

Saudades são felicidades passadas,

sempre felicidades.

Saudade,gostosa lembrança

que poderia ser presente.

 

Saudades dos sonhos sonhados,

dos sonhos que não sonhei.

Saudades dos escritos que não li.

Saudades das travessuras da vida,

dos pecados que não cometi.

Saudade da brisa em minha alma.

Saudade de mim.

Saudade dos amores que não amei.

 

Saudade...dos versos que não fiz!

 

(Leda Mendes Jorge)

 

sábado, 14 de novembro de 2020

 180  ANOS DE NASCIMENTO

 



 181  ANOS DE NASCIMENTO

 


 

"VI  FESTIVAL DE POESIAS E CONTOS DO CLARON"

8º LUGAR  - CATEGORIA POESIA


A OUTRA

Sou loira

apreciada por muitos,

invejada por outros!

Sou delicadamente

saboreada por tanta gente...

A maioria é de homens, claro!

Mas há mulheres que fazem uso de mim,

simplesmente por uma questão de gosto

e muito bom gosto!

 

No verão,então...

Estou em todas!

Desde a aurora à madrugada.

Alguns querem me deixar,mas que nada!

Sou gostosa demais!

Sou prazer garantido!

Em todos os lugares sou boa companhia.

Sou desejo tão eloquente

que não chego a menores.

 

Sextas-feiras, difícil passar por mim!

Sou,até, empecilho de algumas senhoras casadas!

Num bom churrasquinho,

eu chego juntinho...

Ainda não sabe quem sou?

 

Ouse,prove e peça ,mais!

Se experimentar um pouquinho...

Não me deixará jamais!

(Ivone Rosa de S. Lima)

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

 "VI  FESTIVAL DE POESIAS E CONTOS DO CLARON"

            9º  LUGAR  -  CATEGORIA POESIA

 

O PÁSSARO 

Conheci um pássaro

num lindo verão carioca.

Todo branco e azul.

Entre montanhas e lagos

quis o pássaro pegar.

Mas,o pássaro subia,subia

sem se alterar.

 

Em um belo dia,então,

perguntei ao coração: 

por que tão belo pássaro

não queria gorjear?

Então,uma voz respondeu:

O céu não pode cantar!

(Rosi Torres)